Ex-ministra dos Direitos Humanos critica omissão do governo Lula e defende prioridade às vítimas após megaoperação com 64 mortos e quatro policiais assassinados.

A ex-ministra dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, se manifestou na noite de terça-feira (28) sobre a megaoperação policial no Complexo do Alemão e na Penha, no Rio de Janeiro, que deixou 64 mortos, incluindo quatro policiais e dezenas de feridos. A ação é considerada a mais letal da história do estado e provocou uma onda de medo na capital fluminense, com ruas e bares vazios, bloqueio de vias e retaliações de criminosos.
“Eu fui ministra dos Direitos Humanos. Eu não posso deixar de lembrar que, na época do presidente Bolsonaro, os direitos humanos eram para todos, mas em primeiro lugar para as vítimas. O governo federal tem se omitido há muito tempo em enviar ajuda para o Rio de Janeiro”, afirmou Cristiane Britto.
A ex-ministra destacou que o crime organizado dominou o estado e responsabilizou a falta de ação do governo Lula pelas mortes de policiais e civis.
“É público e notório que o crime organizado dominou o estado do Rio de Janeiro. E o saldo dessa omissão do governo Lula, com o povo do Rio de Janeiro, foram quatro homens policiais mortos hoje, até agora confirmados. Quatro famílias que hoje choram diante de um caixão.”
Durante a declaração, Cristiane fez críticas diretas ao presidente da República, questionando a ausência de empatia diante da tragédia.
“E aí eu não posso deixar de perguntar aqui: Sr. Presidente da República, falta-lhe empatia? Falta-lhe coração? Ah, mas e os 60 mortos do outro lado? São todos bandidos. Bandidos que saíram de casa para enfrentar o Estado brasileiro. Que saíram de casa para cometer crimes contra o nosso povo. Ora, quem sai de casa para atirar em policiais sabe que está saindo pronto também para a morte.”
Cristiane também lembrou as vítimas inocentes e as famílias dos agentes mortos, criticando a postura do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), que estaria direcionando críticas ao governador do Rio de Janeiro.
“E os cidadãos que foram feitos reféns? Os cidadãos que perderam seus bens? As famílias desses policiais mortos? O Conselho Nacional dos Direitos Humanos desse governo já cobra medida contra o governador do Rio de Janeiro. É uma inversão de valores.”
Ao encerrar, reafirmou sua posição:
“Eu repito: direitos humanos para todos, mas primeiramente para as reais vítimas.”
A megaoperação, que envolveu as polícias Civil e Militar, teve como objetivo conter o avanço de facções criminosas nas comunidades da Penha e do Alemão. Segundo as autoridades, criminosos usaram drones para lançar explosivos, e o Disque Denúncia oferece recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à prisão de Edgard Alves Andrade, o “Doca da Penha”, apontado como um dos líderes do tráfico na região.
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